terça-feira, 2 de julho de 2013

Deitou-se


Deitou-se, os olhos pesando o cansaço do dia. Queria repouso, um sono tranquilo que logo veio.
Mal fechara os olhos, sentiu seu toque em sua pele, seu cheiro.
O toque.
A pele arrepiada.
Tocou-lhe os lábios, sorveu-os. Sentiu sua língua, seus movimentos.
O castanho de seus olhos penetravam em seu ser, como que invadindo o medo e o anseio daquele momento, descobrindo em cada célula de cor, em cada respiração o quanto esperava por aquele momento.
As palavras não precisaram existir. Era apenas o aproveitar.
O sexo.
As mãos passearam, buscaram sua textura, sua pulsação, seu calor.
Como imaginava.
O prazer inundava cada parte de seu corpo. Seu clímax chegava. Faltava pouco.
Quase lá.
Abriu os olhos, queria ver o prazer estampado neles, como ouvia na respiração alheia.
Decepcionou-se, o suor banhava apenas ao travesseiro.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nosso coração semelhante ao vosso


              Nós temos a honra (muito mais que o dever) de celebrarmos neste mês a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Celebrar o seu Sagrado Coração é recordarmos novamente a expressão máxima do amor: doar-se gratuitamente.           
            Não temos na história prova de amor maior que a doação da própria vida do Cristo, que do alto da cruz perdoou-nos os pecados, redimiu-nos e nos apontou o caminho à Casa do Pai.
            Ao pedir que nosso coração seja semelhante ao do Cristo, estamos pedindo que sejamos pacíficos, mansos, compreensivos, que saibamos perdoar, respeitar, acolher, ouvir; acima de tudo, estamos pedindo a capacidade amar como Cristo nos ama.
            Fazer o nosso coração semelhante ao d’Ele é também esforço nosso: ele nos concede a graça e o exemplo de um coração verdadeiro, mas a transformação deve partir de nosso próprio coração, de nossas escolhas e principalmente de nossas ações.
            Quantas vezes eu escolhi ser manso, neste último mês? Diante das adversidades, é muito mais fácil encolerizar-se que ser manso, acusar que perdoar, excluir que acolher. Por isso, amados, ter um coração como o Misericordioso Coração de Jesus é uma escolha diária. É escolha, porque precisamos estar determinados a sermos semelhantes a ele; diferentemente de respirar, pensar, do pulsar do nosso coração humano (atitudes que fazemos de modo automático), um coração misericordioso vem com esforço, determinação e muita vontade de ser santo e de amar.
              Ao fazer esta tão linda prece, que possamos nos comprometer realmente na semelhança que desejamos: Sagrado Coração de Jesus, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso. Amém! Um abraço e até a próxima!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Nossa fé, nossos desejos


           Creio ser comum que durante nossa vida aconteçam fatos que testem nossa fé. Embora saibamos que abraçar a fé cristã significa escolher enfrentar os desafios cotidianos, crendo que somos responsáveis por guiar nossas vidas com o auxílio do Criador, as dificuldades que permeiam nossa existência parecem questionar o quanto somos ou não agraciados por Deus.
            Os problemas, inevitáveis no nosso percurso parecem nos propor questões como “Estou eu seguindo realmente o deus verdadeiro?”, “Será que não preciso de outro tipo de ajuda?”, “Posso eu recorrer a outras entidades para resolver unicamente este ou aquele problema?”, “Quero tanto passar por outra experiência espiritual, que não essa que estou vivendo hoje!”. De um modo geral, creio que essas perguntas podem ser úteis para verificarmos o quanto estamos crentes em Deus e no seu plano. Mas vejo que nem sempre essas questões produzem um efeito questionador sadio, mas fazem com que se busquem práticas “alternativas” ou, no campo das ideias, complementares a nossa fé.
            Quero ressaltar, antes de continuar a dissertar sobre o tema, que não pretendo julgar ou “apontar o dedo” a ninguém, mas expressar uma reflexão que tive a partir de falas que ouço e práticas que vejo. Um princípio que penso ser sempre muito válido é aquele em que cada um de nós deve prestar contas de nossas escolhas e, portanto, não nos cabe julgar ninguém (sempre orientar, mas não condenar).
            A experiência da fé, no meu entendimento, passa por estágios em que vai se tornando mais madura e, deste modo, mais completa. Assim como o amor, a fé cristã precisa de um verdadeiro desejo de vivê-la seguida de uma experiência real de sua expressão. Não basta dizer “tenho fé”, não basta rezar a profissão de fé: é preciso, acima disto, saboreá-la, senti-la realmente. No contato verdadeiro e único com a Santíssima Trindade, com a Virgem Maria ou com a aprendizagem pela vida dos santos, provamos de uma fé forte e movedora de montanhas. Mas não basta que nos permitamos essa fé apenas uma vez, mas que cotidianamente ela se reflita em nós.
            A Igreja, embora formada por nós, homens, é impulsionada pela ação santificadora do Espírito Santo. Nós erramos, Ele não. Nos permitimos falhas, lacunas, enrijecimento, estagnação; mas o Espírito Santo é dinâmico, sempre “fogo novo”, é completo e renovador. Se a Igreja é movida por Ele, também ela deve ser dinâmica e nos acolher nas diversas mazelas que nos afligem. Ao buscarmos externamente o consolo para nossa alma, penso que estamos negando essa ação divina – como se clamássemos que nossa fé não deu conta de nos dar suporte, de nos auxiliar, de nos acalmar o coração ou incendiá-lo.
            Estimados, se vivemos verdadeiramente esta experiência de fé, não precisamos de nada além do Salvador, não precisamos “prever futuro”, pois o que nos aguarda é certeza garantida de nossa fé e boas obras: a Morada Eterna. Não precisamos de outro que tire o peso de nosso fardo, senão Aquele que carregou os pecados do mundo em seus próprios ombros. Não precisamos oferecer nada à entidades, pois o único merecedor de nossas ofertas, doou-se ao Pai. Que antes de buscar no além-fé o conforto que precisamos, saibamos abrir nosso coração para deixar crescer a fé e a força que o Criador infundiu em nós pelo batismo e pela comunhão legítima do Corpo de Cristo. Um abraço e até a próxima.

(Publicado no Jornal Nossa Igreja Católica da Basílica Nossa Senhora do Patrocínio)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Pequenos gestos de divisão


Como cristãos, temos a preocupação de viver os ensinamentos que Cristo nos deixou, buscando a união, a compreensão, o respeito e o amor ao próximo. Estas atitudes nos congregam enquanto membros de uma mesma família e nos unem sobre a mesma denominação de “filhos de Deus”.
            Contudo, viver como cristãos autênticos não é tão fácil como gostaríamos que fosse. Nosso Senhor deixou claro que para segui-lo é preciso que tomemos nosso fardo, nossa cruz, e sigamos seus ensinamentos.
            O Reino de Deus é, portanto, uma construção de nossa caminhada e nossos atos, pensamentos, ações, palavras, tudo o que fazemos faz parte desta jornada que, esperamos, nos levará à Casa Eterna. Ora, se somos estes caminhantes rumo à morada celestial, temos que estar preparados para os obstáculos que nos tentarão desviar do caminho ao qual somos destinados.
            Nosso imaginário fez com que pintemos o diabo como uma figura bem desagradável aos olhos e logo identificamos com que lidamos. Mas esta imagem fica apenas na representação que fazemos dele. Em nosso cotidiano, o divisor vem muito bem apessoado, sutil e sedutor – de que outra forma nos renderíamos aos seus “encantos”?
            Ao contrário da proposta divina de união, de ajuda mútua, de companheirismo nesta caminhada, a ideia diabólica é justamente a separação, a formação de unidades individuais, o que nos torna fracos e mais propensos ao erro. Obviamente não queremos cair nestas armadilhas, mas refleti estes dias, para escrever este texto, que algumas de nossas atitudes podem estar justamente a serviço da separação e não da união que tanto prezamos.
            Como seres humanos, nem sempre conseguimos ter afinidade com todas as pessoas com as quais convivemos e acabamos escolhendo aquelas com as quais pudemos desenvolver laços mais afetivos ou que ao menos nos parecem mais propensas a nos escutar e nos defender quando preciso. Assim, aquelas que estão, não em grupo “contra nós”, mas no grupo “distante”, acabam sendo vítimas de fofocas, comentários maldosos e inoportunos que podem gerar intrigas entre as pessoas. Ora, se estamos causando essas consequências com nossas atitudes, não estamos justamente trabalhando pela segregação das pessoas?
            Meus caros, numa vida que exige tanto que sejamos imediatistas, que defendamos “nosso território” é preciso vigiar, pois a facilidade com que caímos nas ciladas do inimigo é grande. Que possamos estar atentos as nossas escolhas, atitudes, palavras. Que possamos alimentar em nós sempre o que há de melhor, o que de mais divino temos em nossa humanidade. Neste período em que acabamos que sair da Quaresma, passando pela Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor, que possamos fazer também, em nossas vidas, a ressurreição para uma vida nova, transformada e cheia do Espírito Santo: uma vida a serviço de Deus e, deste modo, a serviço dos irmãos. Um abraço e até a próxima!

(Publicado no Jornal Nossa Igreja Católica da Basílica Menor Nossa Senhora do Patrocínio)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Maria, exemplo de maternidade


Maria é um exemplo que podemos aplicar a vários momentos de nossa vida. Exerceu um papel fundamental no plano de salvação de Deus, aceitando o desafio (e ao mesmo tempo, a graça) de ser a mãe do Salvador. Mas, de modo especial neste mês que celebramos o dia das mães, gostaria de refletir sobre as características e exemplos marianos voltados a estas mulheres tão importantes em nossa vida.
            O primeiro exemplo é saber dizer sim a Deus. Maria soube aceitar o plano do Senhor, soube dizer sim, mesmo desconhecendo todas as consequências, todos os passos que aquele aceite a fariam percorrer. Hoje as mães também devem dizer esse sim, seguro e maduro, quando concebem um filho. Há muitos desafios a serem vencidos, muitas pequenas batalhas na criação dos filhos que compulsoriamente as mães aceitam ao dizer “sim” à maternidade.
            O segundo exemplo, vem na continuidade do sim. Mesmo sabendo que “uma espada transpassaria sua alma” (cf. Lc 2,35), Nossa Senhora permanece firme em sua escolha, em seu serviço a Deus. Frente a tantos desafios, é preciso que as mães continuem reafirmando seu “sim” continuamente. Preocupar-se com a saúde, com a educação, com o vestuário, com a vida espiritual exige um zelo diário, muito carinho e atenção, para que mesmo com a alma transpassada de dor, saiba chegar ao filho, conversar com ele, mostrar outros caminhos que em nosso ímpeto juvenil deixamos de ver. Este modo materno de corrigir é o que inspira tantos filhos a se abrirem às mães, contar-lhes problemas, dificuldades e confiar em sua sabedoria para resolver os problemas.
            Um terceiro exemplo mariano é não abandonar o Filho. Aos pés da cruz, Nossa Senhora nos ensina a nunca desconfiar dos planos de Deus; seu coração estava apertado – seu Filho amado padecia injustamente. Contudo, Maria, sempre em oração, deixou que Deus agisse, que se consumassem as profecias, que Ele, através de seu Filho, nos redimisse. É bonito ver quando as mães seguem seus filhos, continuam aconselhando-os, continuam buscando resgatá-los dos perigos, sabendo que há um propósito nos fatos (nada é por acaso!). Mas o mais bonito de se ver, é a entrega que a mãe faz do filho a Deus, consagrando-o a todo o momento ao Senhor, entregando-o em suas mãos.
            Mães, o chamado vocacional que vocês aceitaram é recheado de desafios, de lágrimas, de preocupações; mas é também abençoado por Deus, rico de bênçãos, cheio de sorrisos, abraços, carinho. O caminho que percorrem neste plano de Deus – de criação e de salvação – é uma graça que nenhum outro poderá obter! É graça gratuita e certeza de que estão construindo sua morada no céu. Parabéns pelo seu dia e que Maria, exemplo de maternidade, ilumine-lhes sempre! Um abraço e até a próxima.

(Publicado no Jornal Nossa Igreja Católica da Basílica Menor Nossa Senhora do Patrocínio)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sobre amor I


Não sei se é erro meu, dos outros ou se há algum erro. Pensando bem, acho que não há erro algum, são apenas diferentes concepções e diferentes formas de se enxergar o mesmo fenômeno, o que não pressupõe erros.
Já acreditei algum tempo em “amor à primeira vista” – provavelmente por influência da mídia que prega esse amor acontecido nos livros que caem, na batida no corredor ou no drink que ferrou a roupa que você tava na balada. Hoje, não acredito mais nisso.
Não deixei de acreditar no amor, seria incoerente com as minhas escolhas de vida dizer isso, ao contrário, acredito que ele existe sim, mas não como se vê.
O que é o amor? É uma pergunta muito difícil de ser respondida, porque para cada pessoa, creio que há uma forma diferente de se sentir amado. Sobre o amor, tenho algumas considerações: i) há diferentes tipos, a saber: amor à Deus (ou à sua divindade religiosa), que o amor que nos conecta à “algo superior”, à uma energia que nos conduz, nos auxilia nas adversidades da vida; amor aos pais e à família, que é um amor que nos liga àqueles que são importantes por nos darem vida e amor, carinho e compreensão e também broncas, brigas, castigos; amor aos amigos, que é aquele que gente destina para a família que a gente escolheu, das pessoas que vem e vão em nossa vida e que realmente fizeram a diferença nela. Há também o que mais genericamente chamamos de amor, que é aquele amor a um parceiro, o amor que nos conecta a alguém de modo carnal, sentimental e divino. Se ele é eterno ou não? Acho que não, e por isso que eu acredito que não há amor à primeira vista.
Como no filme “Como se fosse a primeira vez”, penso que o amor é algo que vamos construindo, vamos conquistando e, deste modo, temos que mantê-lo ao longo dos anos. Se pensarmos assim, não há o amor à primeira vista, mas uma atração à primeira vista, um “tesão à primeira vista” ou um apaixonamento à primeira vista.
Agora, na minha visão, muitas pessoas confundem esse primeiro momento, este “apaixonar-se” com amar. E conhecem alguém e logo já dizem “Estou amando fulan@”. Não, você está atraído pela pessoa. Amar é outra coisa... 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

E a internet mudou os relacionamentos


                Com a chegada da internet, principalmente com a popularização da banda larga (alta velocidade na troca de informações virtuais), passamos a ficar mais tempo frente ao computador. Hoje podemos visitar qualquer lugar do globo com um simples clicar do mouse em um link. Assim, as fronteiras físico-geográficas não mais intransponíveis: hoje podemos nos comunicar com alguém que esteja na China, por exemplo, em tempo real, como se ela estivesse realmente perto de nós.
            Os relacionamentos, desta forma, também se alteraram, pois podemos conhecer pessoas de dentro de nossa própria casa. Ao mesmo tempo em que aumentamos o contato com alguém que está longe e que temos a possibilidade de conhecer novas pessoas, corremos os riscos de nos aprisionarmos em um mundo virtual em detrimento do mundo real.
            A praticidade que a internet nos oferece de manter contato com as pessoas pelo virtual (lembrando-nos aniversários, compromissos, propiciando convites para eventos etc.), se não for utilizada com cuidado, faz com que esqueçamos da importância do contato humano, do “tête-à-tête”.
            Não é com pouca frequência que vejo pessoas reclamando dessa artificialidade nos relacionamentos atuais. Há pessoas que até se negam ter perfis em redes sociais por ser contra essa postura “virtualista” (para usarmos um neologismo), que em seu modo de ver esfriam a relação.
            Acredito que não devemos ser radicais a ponto de negar a possibilidade de nos relacionarmos virtualmente, já que a internet pode unir as pessoas que estão longe e que não podem se ver constantemente. Há que se considerar a importância das redes sociais atualmente, tanto que o Papa Bento XVI, recentemente, abriu uma conta no microblog Twitter para tornar-se mais próximo ao seu povo.
            Na verdade, o que devemos ter em foco é aquela antiga dica do equilíbrio: tudo o que está em excesso (ou em déficit) é prejudicial. Se estamos numa era em que os relacionamentos são mediados pelo computador/internet, devemos estar atentos para que não nos esqueçamos que o contato real é tão importante (ou, às vezes, mais) que o contato virtual. Um abraço e até a próxima!

(Publicado no Jornal Nossa Igreja Católica, jan./13)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Perdoar


De uma forma geral, as pessoas gostam muito de falar no perdão. Mas acho que nem todas as pessoas são capazes de realmente perdoar.

Per.do.ar 1. Desculpar (pena, culpa, dívida, etc.) 2. Conceder perdão ou desculpa. (Ferreira, 2001).

Perdoar envolve muito mais que um simples expelir palavras, muito além de dizer “tudo bem, te perdoo”. Perdoar exige uma postura de atitude, de verdadeiro desejo de apagar um erro do rol de fatos da vida.
É preciso querer perdoar. Sempre desconfio de atitudes que sejam muito automáticas ou extremamente rápidas, quando se fala de relacionamento humano. Nós somos assim, seres complicados e que desenvolvem relacionamentos também complicados. Não penso que seja fácil ou simples dizer que perdoa alguém. É preciso que você elabore o que aconteceu, de que forma isso ou aquilo te afetou, o que você fez, o que deveria ter feito, o que deixou de fazer. É preciso que você pense no que fez ao outro e o que o outro fez. E qual a sua carga de responsabilidade nisso tudo.
Acho que perdão envolve muito mais você reconhecer que você também é passível de erro, que você também já magoou alguém e que precisou (precisa?) do perdão dessa pessoa. Quando temos em pensamento que nós mesmos podemos gerar “dívidas” com alguém, que também erramos e que precisamos sempre nos auto avaliar, aí sim, penso que começamos a entender o perdão e a buscar formas de fazer com que ele aconteça.
Perdão não vem rápido. É uma construção que vem com o tempo e o esmero das pessoas envolvidas.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Critica agucada


Esses dias estava assistindo a um seriado na TV (Beauty & The Beast), quando o pai da Cat falava que o seu senso crítico era muito útil na vida profissional (já que ela é uma policial), mas para a vida amorosa, já não era de tão grande valia assim.
Fiquei pensando em mim e no quanto sou crítico com os relacionamentos. (In)felizmente eu aprendi que as pessoas, para/ao se relacionarem, devem ser tomadas com muito cuidado. Um zelo excessivo (vulgo, ciúmes) ou um descuido muito grande pode sinalizar que algo já não está tão bem assim. Como só tive um relacionamento sério em minha vida (o louco!), tomo muitos fatos que aconteceram nele como exemplo, como possibilidades do que pode acontecer. E daí, junta aquele modo “Psicólogo: ON” (que nem sempre consigo desligar) e a coisa está feia! É um dissecar das situações que dá até gosto.
Fiquei pensando se também não estou sendo movido por esse senso crítico exagerado. Porque hoje eu penso muito antes de pensar em me envolver com alguém (não que tenha feito isso com muita frequência, mas...); às vezes fico medindo as consequências, pensando no que pode acontecer, no que terei que abrir mão ou não, no que a pessoa poderá fazer, quais “vícios” trará de outros relacionamentos... Acho que tudo isso acaba travando o meu processo “apaixonativo” por alguém. Atração há, mas penso que é preciso mais que atração para realmente desejar estar ao lado de alguém. Atração é algo para alguns minutos, uma pegada, uma ficada e #fim. É preciso que exista o apaixonamento para que a coisa evolua (porque para mim  não há essa história de “amor à primeira vista”). A grande questão para mim seja, talvez, “quando confiar em alguém”...