sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

E a internet mudou os relacionamentos


                Com a chegada da internet, principalmente com a popularização da banda larga (alta velocidade na troca de informações virtuais), passamos a ficar mais tempo frente ao computador. Hoje podemos visitar qualquer lugar do globo com um simples clicar do mouse em um link. Assim, as fronteiras físico-geográficas não mais intransponíveis: hoje podemos nos comunicar com alguém que esteja na China, por exemplo, em tempo real, como se ela estivesse realmente perto de nós.
            Os relacionamentos, desta forma, também se alteraram, pois podemos conhecer pessoas de dentro de nossa própria casa. Ao mesmo tempo em que aumentamos o contato com alguém que está longe e que temos a possibilidade de conhecer novas pessoas, corremos os riscos de nos aprisionarmos em um mundo virtual em detrimento do mundo real.
            A praticidade que a internet nos oferece de manter contato com as pessoas pelo virtual (lembrando-nos aniversários, compromissos, propiciando convites para eventos etc.), se não for utilizada com cuidado, faz com que esqueçamos da importância do contato humano, do “tête-à-tête”.
            Não é com pouca frequência que vejo pessoas reclamando dessa artificialidade nos relacionamentos atuais. Há pessoas que até se negam ter perfis em redes sociais por ser contra essa postura “virtualista” (para usarmos um neologismo), que em seu modo de ver esfriam a relação.
            Acredito que não devemos ser radicais a ponto de negar a possibilidade de nos relacionarmos virtualmente, já que a internet pode unir as pessoas que estão longe e que não podem se ver constantemente. Há que se considerar a importância das redes sociais atualmente, tanto que o Papa Bento XVI, recentemente, abriu uma conta no microblog Twitter para tornar-se mais próximo ao seu povo.
            Na verdade, o que devemos ter em foco é aquela antiga dica do equilíbrio: tudo o que está em excesso (ou em déficit) é prejudicial. Se estamos numa era em que os relacionamentos são mediados pelo computador/internet, devemos estar atentos para que não nos esqueçamos que o contato real é tão importante (ou, às vezes, mais) que o contato virtual. Um abraço e até a próxima!

(Publicado no Jornal Nossa Igreja Católica, jan./13)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Perdoar


De uma forma geral, as pessoas gostam muito de falar no perdão. Mas acho que nem todas as pessoas são capazes de realmente perdoar.

Per.do.ar 1. Desculpar (pena, culpa, dívida, etc.) 2. Conceder perdão ou desculpa. (Ferreira, 2001).

Perdoar envolve muito mais que um simples expelir palavras, muito além de dizer “tudo bem, te perdoo”. Perdoar exige uma postura de atitude, de verdadeiro desejo de apagar um erro do rol de fatos da vida.
É preciso querer perdoar. Sempre desconfio de atitudes que sejam muito automáticas ou extremamente rápidas, quando se fala de relacionamento humano. Nós somos assim, seres complicados e que desenvolvem relacionamentos também complicados. Não penso que seja fácil ou simples dizer que perdoa alguém. É preciso que você elabore o que aconteceu, de que forma isso ou aquilo te afetou, o que você fez, o que deveria ter feito, o que deixou de fazer. É preciso que você pense no que fez ao outro e o que o outro fez. E qual a sua carga de responsabilidade nisso tudo.
Acho que perdão envolve muito mais você reconhecer que você também é passível de erro, que você também já magoou alguém e que precisou (precisa?) do perdão dessa pessoa. Quando temos em pensamento que nós mesmos podemos gerar “dívidas” com alguém, que também erramos e que precisamos sempre nos auto avaliar, aí sim, penso que começamos a entender o perdão e a buscar formas de fazer com que ele aconteça.
Perdão não vem rápido. É uma construção que vem com o tempo e o esmero das pessoas envolvidas.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Critica agucada


Esses dias estava assistindo a um seriado na TV (Beauty & The Beast), quando o pai da Cat falava que o seu senso crítico era muito útil na vida profissional (já que ela é uma policial), mas para a vida amorosa, já não era de tão grande valia assim.
Fiquei pensando em mim e no quanto sou crítico com os relacionamentos. (In)felizmente eu aprendi que as pessoas, para/ao se relacionarem, devem ser tomadas com muito cuidado. Um zelo excessivo (vulgo, ciúmes) ou um descuido muito grande pode sinalizar que algo já não está tão bem assim. Como só tive um relacionamento sério em minha vida (o louco!), tomo muitos fatos que aconteceram nele como exemplo, como possibilidades do que pode acontecer. E daí, junta aquele modo “Psicólogo: ON” (que nem sempre consigo desligar) e a coisa está feia! É um dissecar das situações que dá até gosto.
Fiquei pensando se também não estou sendo movido por esse senso crítico exagerado. Porque hoje eu penso muito antes de pensar em me envolver com alguém (não que tenha feito isso com muita frequência, mas...); às vezes fico medindo as consequências, pensando no que pode acontecer, no que terei que abrir mão ou não, no que a pessoa poderá fazer, quais “vícios” trará de outros relacionamentos... Acho que tudo isso acaba travando o meu processo “apaixonativo” por alguém. Atração há, mas penso que é preciso mais que atração para realmente desejar estar ao lado de alguém. Atração é algo para alguns minutos, uma pegada, uma ficada e #fim. É preciso que exista o apaixonamento para que a coisa evolua (porque para mim  não há essa história de “amor à primeira vista”). A grande questão para mim seja, talvez, “quando confiar em alguém”...