sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sorriso fácil


E no começo foi o vídeo que nos apresentou
Foi dançando na República
Sem saber o que dizer
“Só não sou travesti!”, não me deixa esquecer.

E quando a gente conhece
Vê logo que é alguém especial.
Vê logo que tem um sorriso doce
E um humor ácido e sensacional.

É defensor convicto de seus ideais,
Seus valores e crenças.
Negro, alto, inteligente e, às vezes tímido,
Mas nunca, nunca, passa despercebido.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A vida imitando a arte


           Os cadernos caem da mão da adolescente e o rapaz mais bonito e desejado da escola vem, correndo, ajudá-la a recuperar o material disperso pelos corredores. A mesma fruta é escolhida por duas pessoas diferentes: um rapaz e uma moça, que se olham profundamente e apaixonam-se no mesmo instante. Apesar das várias agressões que sofreu para defender a amada do enfurecido ex-namorado, o homem cria forças quando, aparentemente tudo estava perdido, para lutar (e vencer) o adversário. Essas e outras cenas são corriqueiras em filmes, novelas, webnovelas, curtas-metragens e outros materiais criados para o entretenimento. Prendem a atenção, divertem, emocionam, propõem reflexões – atingem o seu objetivo primeiro. Mas, além disso, tenho percebido que o material divulgado nas mídias de massa levam algumas pessoas à mudança de hábitos ou criação modos de escolha e de vida, pautados nos fatos que se desenrolam nesses materiais.
            A questão destes modelos, ainda que se pareçam com pessoas que conhecemos ou com fatos já vividos, é que eles são facilmente manipuláveis. O autor de uma novela pode escrever o que quiser para o seu personagem e fazer milagres com as atitudes e consequências, transformar a morte em vida, com um simples digitar de palavras no editor de texto. Já em nossa vida, as consequências são totalmente outras: não é novidade a ligação da nossa rede social e de como afetamos e somos afetados por ela.
            Viver a “vida” dos personagens desses materiais midiáticos equivale à criança que, ao ler um conto de fadas, passa a vivê-lo. Contudo, a criança vive o seu mundo de fantasia e podemos sinalizar a elas que tudo aquilo se trata apenas de uma estória.  A problemática consiste em uma (ou mais) pessoa adulta, que acreditamos ter maturidade para divisar o real do imaginário, querer trazer para a sua própria vida o que a ficção descreve e a forma como ela resolve as problemáticas diárias.
            É preciso que sejamos críticos ao que vemos na televisão, até porque, enquanto mídia de massa, há interesses mercadológicos e financeiros envolvidos na grande maioria dos seus conteúdos. Não é à toa que cada vez mais vemos os programas fazendo merchandising de operadoras de celular, cosméticos, bebidas entre outros.
            Pode parecer bobagem, mas conheço (muito próximas a mim) pessoas que quiseram importar esse modus operandi fictício para a vida real e acabaram tendo surpresas nada agradáveis como resultado de suas escolhas. Meus caros, sejamos críticos, sábios, espertos e tomemos cuidado com os exemplos que queremos trazer e reproduzir em nossas vidas. Há muitos bons caminhos a trilhar na infinidade de coisas que nos são possíveis realizar e escolher um caminho “errado” pra seguir a ficção, não me parece uma boa opção. Um abraço e até a próxima.

(Texto publicado no Jornal Nossa Igreja Católica)