sexta-feira, 27 de abril de 2012

Para Eugênio



A vida fez questão de nos fazer encontrar de novo.
Um amigo, perdido nas tantas voltas que o mundo deu,
Um irmão, que o coração bombeia sangue diferente do meu .
Um cristão, com uma espiritualidade linda.

Que podemos dizer de quem nos cativa?
Só vemos suas qualidades
E até a língua felina, tão divertida,
É vista de bom grado.

Sim, amigo, sentirei saudade
Se a vida quiser nos afastar de novo.
Contudo, sei que agora não há mais fronteiras.

Não há mais distância, nem tempo.
Há o carinho e amizade de dois amigos,
Unidos  por Deus!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Embriagados de amor


Somos, em alguns momentos de nossa vida, tomados pelos sentimentos. Embora o título deste artigo fale de “amor”, não é somente ele quem nos toma as ações: pode ser um momento de tremenda tristeza (por uma briga ou uma perda), ataques de raiva (por algo que não deu certo, não saiu como queríamos), períodos de imensa alegria (pelas conquistas que fizemos) ou até mesmo por conta deste sentimento tão complexo que é o amor.
            Nestes momentos, muitas vezes perdemos uma parcela de nossa razão e nos deixamos levar por estes sentimentos. O que pode ser, em alguma medida, prejudicial, já que não estamos totalmente cônscios das consequências que as atitudes tomadas nestes períodos irão acarretar em nosso ambiente social.
            Contudo, costumamos pensar nos aspectos negativos destas ocasiões quando estão ligados a sentimentos “negativos” como raiva, tristeza, depressão, ansiedade etc. e deixamos de nos atentar a esses momentos de “embriaguez sentimental” quando estamos demasiadamente felizes ou apaixonados.
Ora, tomemos o caso de um jovem casal que, feliz no namoro que se inicia, vive apenas para essa paixão. O moço, outrora atencioso em casa, carinho com a mãe e os irmãos mais novos, passa a renunciar os momentos em família para estar junto de sua amada. A jovem, antes tão prestativa nos afazeres do lar e administração da casa, tão atenta no trabalho, passa a sonhar apenas com o tempo em que passará com seu “príncipe”. O erro aqui não está no fato do casal querer e planejar os momentos juntos, mas no fato de que, presos na alegria que o namoro proporciona, deixaram-se ficar cegos aos fatos do cotidiano que antes ajudavam a família a lidar. De modo algum, é ruim o amor, é preciso deixar claro, mas, antes, é preciso que ele (ou qualquer outro sentimento) não seja a única força propulsora da vida da pessoa.
Sentir, e expressar os sentimentos, é algo inerente à nossa vida (e muito bom!): amamos, entristecemos, choramos, nos alegramos, nos decepcionamos... Entretanto não podemos deixar que os momentos em que os sentimentos estão mais fortes sejam a maioria do tempo de nossa vida, do mesmo modo que não podemos deixar que a razão pura seja a propulsora de nossas ações. É preciso equilíbrio entre razão e emoções; e ainda assim, podemos não estar presentes e atentos a como nos comportamos e como afetamos nosso ambiente social. Vigiemos, pois como ouvi quando ainda era um menino de oito anos “tudo o que está em exagero faz mal”. Um abraço e até a próxima.

*Texto publicado no Jornal "Nossa Igreja Católica" - www.basilicapatrocinio.com.br