Somos,
em alguns momentos de nossa vida, tomados pelos sentimentos. Embora o título
deste artigo fale de “amor”, não é somente ele quem nos toma as ações: pode ser
um momento de tremenda tristeza (por uma briga ou uma perda), ataques de raiva
(por algo que não deu certo, não saiu como queríamos), períodos de imensa
alegria (pelas conquistas que fizemos) ou até mesmo por conta deste sentimento
tão complexo que é o amor.
Nestes momentos, muitas vezes
perdemos uma parcela de nossa razão e nos deixamos levar por estes sentimentos.
O que pode ser, em alguma medida, prejudicial, já que não estamos totalmente
cônscios das consequências que as atitudes tomadas nestes períodos irão acarretar
em nosso ambiente social.
Contudo, costumamos pensar nos
aspectos negativos destas ocasiões quando estão ligados a sentimentos
“negativos” como raiva, tristeza, depressão, ansiedade etc. e deixamos de nos
atentar a esses momentos de “embriaguez sentimental” quando estamos
demasiadamente felizes ou apaixonados.
Ora, tomemos o caso de um jovem casal que,
feliz no namoro que se inicia, vive apenas para essa paixão. O moço, outrora
atencioso em casa, carinho com a mãe e os irmãos mais novos, passa a renunciar
os momentos em família para estar junto de sua amada. A jovem, antes tão
prestativa nos afazeres do lar e administração da casa, tão atenta no trabalho,
passa a sonhar apenas com o tempo em que passará com seu “príncipe”. O erro
aqui não está no fato do casal querer e planejar os momentos juntos, mas no
fato de que, presos na alegria que o namoro proporciona, deixaram-se ficar
cegos aos fatos do cotidiano que antes ajudavam a família a lidar. De modo
algum, é ruim o amor, é preciso deixar claro, mas, antes, é preciso que ele (ou
qualquer outro sentimento) não seja a única força propulsora da vida da pessoa.
Sentir, e expressar os sentimentos, é algo
inerente à nossa vida (e muito bom!): amamos, entristecemos, choramos, nos
alegramos, nos decepcionamos... Entretanto não podemos deixar que os momentos
em que os sentimentos estão mais fortes sejam a maioria do tempo de nossa vida,
do mesmo modo que não podemos deixar que a razão pura seja a propulsora de
nossas ações. É preciso equilíbrio entre razão e emoções; e ainda assim,
podemos não estar presentes e atentos a como nos comportamos e como afetamos
nosso ambiente social. Vigiemos, pois como ouvi quando ainda era um menino de
oito anos “tudo o que está em exagero faz mal”. Um abraço e até a próxima.
*Texto publicado no Jornal "Nossa Igreja Católica" - www.basilicapatrocinio.com.br