quinta-feira, 31 de maio de 2012
Nostalgia
É pecado reler aquela história antiga
Que nos tempos que se foram,
Era feliz e cheia de cor?
É errado sorrir com o riso
Lembrar as histórias,
A voz, o beijo e a dor?
É masoquista lembrar da textura
Da pele, do beijo
De quem já foi?
Que nada! É apenas humano
Guardar as lembranças
Do que já foi bom.
Lembrar dos abraços,
Perder-se nos laços,
Dos pés descalços, do edredom,
Das promessas perdidas
As vidas fundidas, que o tempo levou.
sábado, 12 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
Jovens e Igreja
Recordo-me que D. Ercílio Turco,
quando presidia as celebrações de Crisma, sempre alertava os jovens de que este
sacramento não era uma “porta de escape” da Igreja (já que haviam passado pelos
sacramentos iniciais – Batismo e Eucaristia), mas que era um convite ao serviço
da Igreja, já que eram eles próprios quem assumiam a sua fé cristã, outrora
afirmada por pais e padrinhos.
Pôr, a serviço da Igreja, os dons que
recebemos do Espírito Santo, envolve alguns aspectos que gostaria de refletir
com vocês. Primeiro, é preciso que estejamos dispostos a fazê-lo – de nada
adianta sentirmos o ardor do trabalho em nosso coração, se não nos dispusermos
a transformá-lo em obras. Depois é preciso que entendamos que dom é esse e em
que vamos empregá-lo – não me parece muito produtivo fazer algo apenas por
fazer ou para obter um status dentro
da comunidade; antes é preciso que esse serviço seja feito de coração e nos
doando da melhor forma possível. Se sabemos onde usar nossos dons e estamos
dispostos a pô-los a serviço, só nos resta agora encontrar o terreno fértil
para plantar essa semente e é justamente aqui que gostaria de pensar a
interface juventude e Igreja.
As teorias do desenvolvimento psicológico
trazem que, em geral, atribui-se ao jovem um caráter de rebeldia/discordância, que
é muito difundida pela sociedade e reforçada pelo comportamento de alguns
jovens. O psicanalista Contardo Calligaris, em seu livro A adolescência (Publifolha, 2000), afirma que do adolescente (e
aqui estendo ao jovem) é exigida uma postura de responsabilidade, ao mesmo
tempo em que lhe são atribuídas características de irresponsabilidade,
imaturidade ou mesmo infantilidade.
Quem é a pessoa que, em geral, está recebendo
(afirmando sua fé) o sacramento da Crisma? Quem é esta pessoa que está
recebendo esse convite ao trabalho? É justamente esse jovem que é acusado de
imaturidade ou de “levar as coisas sempre em modo de brincadeira”. Fico bem
indignado quando vejo que, às vezes, o trabalho do jovem é barrado em nossa
Igreja ou não recebe o seu devido reconhecimento (no sentido de que é um trabalho
importante de manutenção dos fiéis de nossa comunidade. Não é possível que
sejamos tolos o suficiente para ignorarmos que os convites do mundo podem parecer mais atraentes do que uma
vivência cristã).
Assim, é preciso que esse jovem encontre um
terreno fértil para sua atuação: uma comunidade aberta ao trabalho do jovem e
ao modo como o jovem resignifica sua fé, ao seu modo de vida (que pode ser mais
dinâmico, mais festivo, mais “ruidoso” – e nem por isso desrespeitoso – do que
o que estamos acostumados nas bases tradicionais).
Não basta, como somos advertidos inúmeras
vezes por nossos sacerdotes, bradarmos que “a messe é grande, faltam-nos os
operários” se quando esses operários se dispõem a trabalhar, por serem jovens,
são recriminados/impedidos de fazê-lo, por não seguirem o padrão
tradicionalista daqueles que estão há mais tempo na Igreja. Não entendam que
digo que é preciso revolucionar a Igreja ou perder nossos ritos por conta da
juventude ou por uma “atualização” do mundo, mas antes venho criticar a falta
de espaço do jovem em algumas comunidades (claro que não são as de nossa
Paróquia, como sempre diz Pe. Vladimir, mas outras de lugares distantes).
Gostaria de encerrar este texto com a
seguinte reflexão que encontrei em documentos para Grupos de Jovens no site da
Pastoral da Juventude: “Considerar o jovem como lugar teológico é acolher a voz
de Deus que fala por ele. A novidade que a cultura juvenil nos apresenta nesse
momento, portanto, é sua teologia (...). De
fato, Deus nos fala pelo jovem.” (Evangelização da Juventude, n. 81). Um
abraço e até a próxima!
*Texto publicado no Jornal Nossa Igreja Católica (www.basilicapatrocinio.com.br)
*Texto publicado no Jornal Nossa Igreja Católica (www.basilicapatrocinio.com.br)
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