segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Misterio

Qual o mistério que seus olhos tentam esconder?
Sei que há algo ali que você esconde.
Qual o mistério que seu sorriso compactua encobrir,
Ofuscando meus olhos,
Desviando-me o olhar.
Qual o mistério que pretende manter preservado?
Que seu coração tenta ocultar,
Que a razão diz para calar,
Mas que os gestos (danados!) querem revelar...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma dose


Ele só queria uma dose diária de amor. Publicou nas redes sociais, estampou camisetas, escreveu nos jornais. Encontrou o amor improvável, impossível. Inexplicável. E quem disse que amor tem que se explicar? Amor é sentir, é pele com pele, é cumplicidade e presença. Ele nem sabia o que queria direito, mas queria esse amor; arriscaria tudo que fosse possível para vivê-lo intensamente – nem morrer que causava medo: valeria a pena. Enfrentou os dragões do caminho (ou seriam os moinhos de vento?), pulou muros, derrotou bruxas e gnomos. Mas o amor foi exigindo mais. Não era só companhia, tinha que se entregar. Ele não hesitou, pulou da pedra mais alta e mergulhou no universo do nós.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Contos de fadas

Era uma vez, num reino distante, uma princesa. Ela não era uma princesa que se considerava normal, pois ela não queria saber de príncipe encantado; queria era curtir a vida e viver pelas emoções, já que, no fim, o príncipe tornar-se-ia sapo de novo (ficaria gordo, a pele feia, o cabelo caindo, o dente amarelo e por aí vai). Logo que pode, cortou as longas tranças, pois não queria repetir a história de Rapunzel. Pra evitar ser Cindera 2, trocou os sapatinhos de cristal por um par de All Star, que logo ficou surrado. A Princesinha nem queria parecer princesa, para evitar se resgatada de sua torre alta. N’outro reino, nem tão distante dali, existia um Principezinho, que diferente da Princesinha, queria encontrar a sua amada. E não é que a vida deu um jeito de fazê-los encontrar-se. Estavam ambos a passear pela floresta, até que a Princesinha desavisa, machucou-se numa roseira; ao ouvir os gritos de dor, o Principezinho, encontrou a princesa. Foi um lance de química! A Princesinha até deixou o cabelo crescer de novo, abandonou o All Star e o Principezinho achou que iam viver o “felizes para sempre”. Mas quem disse que era assim? A Princesinha percebeu que um príncipe era bom, mas e se ela tivesse vários, não seria melhor? Ela nem ligou se iam virar sapos ou não, queria viver as emoções da conquista de novo. O Principezinho, depois de ser picado por uma cobra, abandonou a sua casca-corpórea e voltou para sua rosa e a Princesinha foi passear pelo mundo, descobrindo novas emoções e muitos outros Principezinhos para ela brincar.