domingo, 6 de junho de 2010

(R

Infelizmente a sociedade pauta-se em valores que tendem a (re)criminar alguns seguimentos - as mulhres, as crianças, os velhos, os negros, os homossexuais, etc. A mídia produz um imaginário do que é ideal: a pele branca, bronzeada pelas praias, a roupa da marca tal, o carro X, o perfume Y, os programas que você deve ver, o que você deve comer, etc. A sociedade reproduz tudo isso no seu dia - quem veste Armani, tem o último modelo de Iphone, andando numa BMW, falando inglês, francês, espanhol, alemão, italiano (...) é o melhor partido, a melhor escola.

Contudo a grande massa não se cala frente à estas imposições do que é o correto. Organizam-se, movimentam-se contra a corrente. Como cada um faz para levantar a sua bandeira é algo particular de cada movimento. Hoje, assistimos à Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

As cores do arco-íris enchem a Paulista, a diversidade é celebrada, os direitos iguais (nem mais, nem menos) são berrados. Amanhã, as fotos das parada encherão páginas da mídia (algumas mídias noticiarão os milhões alcançados pela parada ainda hoje!)

Milhões. De pessoas; não só. Milhões de reais que são movimentados pela indústria-arco-íris: pulseiras, bandeiras, roupas... (sem críticas, hoje tem indústria-tudo: indústria-escola, indústria-igreja, indústria-100%negro...).

E onde eu quero chegar? Nos efeitos.

Hoje uma parcela grande da população tá de acordo com a beleza/diversidade/carisma do movimento LGBT. Amanhã as atitudes homofóbicas continuarão no cotidiano. As mortes continuarão ocorrendo, muitas vezes sem denuncias. A homofobia velada na mídia, os representantes...

Hoje eu vi dois apontamentos sobre a parada: 1. é uma balada a céu aberto e 2. é dificil acreditar em quem busca seus direitos se drogando, bebado e trepando em público.
Se pararmos para pensar, uma grande parte acaba sendo isso mesmo: diversão. A luta pelos direitos fica subentendida na festa toda. E de maneira alguma eu quero criticar a parada - talvez a visibilidae que o evento traz pode ser benéfico...

Acabei de me lembrar de uma frase do livro que estou lendo: o segredo é saber como morrer.
Talvez pudéssemos pensar que o grande segredo não é apenas lutar, mas saber como lutar.


Depois eu volto, acabou a hora-sem-facul.
Bjs,


sexta-feira, 4 de junho de 2010

Cotidiano


Seis horas:
Pontualmente o celular desperta.
A soneca. O cochilo que se estende.
O café, a manteiga, o pão.

Ligar o PC, ler os emails
Infinitas vezes dizer "Boa tarde, Jailton";
Sim senhor, não senhor;
Vou verificar, só um minutinho.

Esperar a hora da partida
De dizer "Até amanhã".
De começar a parte dois do meu dia.

Pensar nos estágios,
Nos relatórios.
Dedicar-se. Ler, rever, digitar.
TCC.

No meu cotidiano, poucas horas são minhas
Pouco tempo e tanta coisa pra viver.
O tempo escorre, as mãos vazias.
Me falta você.