quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Precisamos mudar, precisamos agir


 No artigo do mês passado, falei da importância de aprendermos também com os próprios erros e o finalizei falando que a prática deste exercício de aprendizagem torná-lo-ia mais fácil. Fiquei refletindo sobre o quanto é difícil promover mudanças em nosso repertório comportamental, ainda que estejamos falando de algo que nos incomode.
É fato que nos acomodamos com várias situações em nossa vida, nos mais diversos setores que ela engloba: no trabalho, na escola, no bairro em que moramos e até mesmo na Igreja (vamos à missa sempre no mesmo lugar, no mesmo horário, sentamos sempre no mesmo banco, rezamos sempre da mesma forma etc.). Entretanto, algumas situações provocam-nos certos desconfortos e percebemos a necessidade de mudar. Embora essa percepção seja algo importante no processo, a parte mais determinante é a ação, a mudança em si.
Precisamos, frente à constatação desta necessidade, agir, procurar novas alternativas para a problemática que estamos enfrentando. Em alguns casos, conseguimos chegar num segundo momento que é o planejamento desta mudança. Criamos objetivos, traçamos metas e uma metodologia que poderá ser empregada para que tudo isto seja alcançado, entretanto não partimos para a ação.
Vejamos: estamos numa zona de conforto – sabemos o que acontecerá (temos “certo” controle, uma parcela de predição do que ocorrerá), conhecemos o que devemos ou não fazer, quais dificuldades poderão ocorrer se determinada ação for (ou não) tomada. Assim, a manutenção e a repetição destes comportamentos (tomemos comportamento como todas as nossas ações, inclusive pensar e sentir) possuem a vantagem de não se enfrentar coisas novas e assim evitamos a ansiedade. Mudar significaria, deste modo, arriscar-se frente ao desconhecido, assumir a probabilidade da ocorrência de erros, enfrentar algo que ignoramos. E tudo isso gera ansiedade, pois não sabemos como nos comportar frente à nova realidade que se descortina nesta fase de mudanças.
Contudo, se permanecermos nesta zona de conforto, não conquistaremos as mudanças que almejamos. Cabe–nos encontrar coragem e força para sair desta zona e enfrentar este desconhecido, assumindo os possíveis desafios que acarretarão de nossa mudança. Apesar de ser uma empreitada, na maioria das vezes, individual, quando contamos com o apoio de nosso ambiente social (pessoas que estão ao nosso redor), é possível que tenhamos mais facilidade de nos arriscar e mudar. O que vale ressaltar é que não devemos, no entanto, ficar presos às amarras que algumas pessoas colocam–nos ao perceber que estamos propensos à mudança.
Que frente às adversidades da vida, não estejamos bloqueados pelo medo ou pela ansiedade que a mudança faz aparecer, mas que consigamos ser a mudança que desejamos, pois no exercício de vivência plena (que inclui erros e acertos, medos e coragem, desafios e conquistas) é que vamos construindo um caminho rumo à felicidade para a qual estamos destinados. Como diz o poeta, é necessário “não acomodar com o que incomoda”. Coragem para mudar, um abraço e até a próxima.

(Texto publicado no Jornal "Nossa Igreja Católica", edição julho/2012)

2 comentários:

Priscila Ota disse...

Meu amigo Jailton, li seu texto e, como sempre, adorei!
E, coincidentemente, me fez lembrar de um trecho do autor Jacob Pétry, cujo livro estou lendo, que diz assim:

"Compreender que nossas ações, sentimentos e atitudes são o resultado das convicções que nós próprios criamos nos dá um PODER EXTRAORDINÁRIO. Abrimos uma porta para a transformação, entendendo que tudo que precisamos é nos expor a novas experiências, a desafios maiores do que acreditamos ser capazes, isto é, precisamos desafiar nossas limitações mentais, descobrir que elas são baseadas em ilusões e substituir limites e desafios maiores".

Mais uma vez, parabéns pelas matérias...
Um abraço!

Jailton disse...

Olá Pri!
Uau, to falando parecido a gente grande?! Uhuuuu o/
Obrigado pela visita!
Beijos