quinta-feira, 5 de julho de 2012

Distâncias e saudades


Quem faz a distância somos nós.
Não são os quilômetros, as pontes,
Os rios ou oceanos.

Eu posso estar bem mais perto de quem tá longe,
Em termos geográficos,
Eu posso querer bem, que nem vi hoje...
E ao mesmo tempo, não saber quem é meu vizinho.

Quem faz a saudade é o “nós”
Nós que nada mais é que algo bom,
Dois, três, quatro ou dez.
Que fazem momentos de “quero mais”


Saudade, para mim, é tradução do que foi inesquecível,
Daquilo que se foi, mas que está guardado em nós.
Ou de quem não tá perto, mas tá junto.
Não sinto saudade do que eu posso tocar,
Porque está aqui, porque não há distância.

Sinto saudade do que tá longe,
Do que não me é tocável
(Mas que pode estar numa casa do outro lado da rua).
Sinto saudade do que é bom,
Do bem que me fez,
Do crescimento... Do sorriso, do dito ao pé do ouvido.
É assim que funciona para mim.


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